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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O que tuas amizades ensinam sobre você? – C. H. Spurgeon.

Texto via C.H. Spurgeon - Josemar Bessa

Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam teus preceitos. Salmos 119.63
Companheiro sou de todos os que te temem. O último versículo diz: "Levanto-me"; e este diz: "Eu sou". É difícil nutrir certeza quanto ao futuro, a menos que estejamos certos agora. O santo homem gastava suas noites com Deus e seus dias com o povo de Deus. Os que temem a Deus amam os que o temem, e fazem uma seleção muito diminuta do número de seus companheiros sobre a base de serem eles homens tementes a Deus. Davi era um rei, não obstante era amigo de todos os que temiam ao Senhor, quer fossem obscuros ou famosos, pobres ou ricos. Ele era membro do colégio de todos os santos.

Ele não selecionou uns poucos santos especialmente eminentes e deixou os crentes comuns fora. Ele sentia-se feliz por pertencer à sociedade daqueles que tinham apenas o princípio da sabedoria na forma de "o temor do Senhor". Ele sentia-se prazeroso em sentar-se com eles nas mais humildes formas da escola da fé. Ele buscava o temor piedoso do coração, mas também esperava ver a piedade externa naqueles a quem ele admitia em sua sociedade; daí acrescentar: e dos que guardam teus preceitos. Se guardassem os mandamentos do Senhor, o servo do Senhor conservaria sua companhia. Davi tinha consciência de estar do lado piedoso; ele sempre pertencera à confraria puritana.

Os homens de Belial o odiavam por isso, e sem dúvida o desprezavam por conservar essa incomensurável companhia de homens e mulheres humildes, escrupulosos e religiosos; mas o homem de Deus de forma alguma se envergonhava de seus associados; por isso até mesmo se gloriava em confessar sua união com eles — que seus inimigos façam o que puderem com ela. Ele encontrou prazer e proveito nessa santa sociedade; ele cresceu mais associando-se aos bons e recebendo honra por conservar tão honrosa companhia. O que diz o leitor? Você confia nessa santa sociedade? Sente-se em casa entre essas pessoas agraciadas? Se a resposta é positiva, então você pode extrair conforto desse fato. As aves da mesma espécie se mantêm juntas. Uma pessoa é conhecida pela companhia que mantém. Os que não nutrem o temor de Deus em seu coração dificilmente desejarão a companhia dos santos; isso seria muito desconcertante; seria maçante demais. Eis nosso conforto quando somos entregues à morte: congregar-nos-emos com aqueles que amaram os santos na terra; seremos contados em seu número nas regiões celestiais.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

RUTE – Uma História de Providência, Graça e Vida Eterna.

A história de Rute é uma das mais amadas da bíblia. O povo acha “Orgulho e Preconceito” o máximo porque não conhece Rute! Tudo bem, Mr. Darcy e Elizabeth tem seu charme, mas Rute e Boaz vão além de ser uma história de amor; é uma história de Providência, de Graça, de Vida Eterna. Essa sim é de chorar e cair de joelhos! Em um livro curto e fácil de ler, encontramos a bela história de uma mulher moabita indo morar na terra prometida, abraçando o Deus verdadeiro e encontrando redenção.
Rute nasceu em família pagã; sua criação não envolveu aprender a lei de Deus, não tinha referência às promessas divinas de redenção. Nunca foi ensinada sobre verdadeira adoração, sobre viver piedosamente, sobre as promessas do Messias. Apesar disso ela provavelmente sabia algo sobre os Israelitas, povo vizinho. Talvez tenha ouvido notícias de que havia uma fome em Belém de Judá; que ironia, na cidade chamada Casa de Pão estava faltando pão…
Um dia chega uma família de hebreus vindo morar em Moabe. Elimeleque, nome de gente importante, com sua esposa Noemi e seus dois filhos Malom, e Quiliom. E não é que estes hebreus logo se interessam por moças de Moabe? Rute se casa com um deles e aprende coisas sobre o Deus dos hebreus, Iavé que os tirou da escravidão no distante Egito.
Eventualmente morrem todos os homens, ficando apenas a sogra Noemi com ela e sua concunhada Orfa. Noemi decide que vai voltar para tentar a vida em Belém; estavam chegando notícias de que Iavé se lembrara de seu povo. Noemi não tinha mais nada a fazer em Moabe e decide como uma filha pródiga retornar à casa do Pai.
Noemi insistiu, instou, argumentou; não teria porque as moças irem com ela. Noemi não tinha mais filhos para se casarem com elas… E mesmo que Noemi tivesse filhos, iriam Orfa e Rute esperar até eles crescerem? O que Noemi não falou é tão pesado quanto o que ela disse; estava implícito algo difícil de explicar: nenhum hebreu fiel a Iavé cometeria o erro de Malom e Quiliom de se casarem com moças pagãs. Noemi sugere que o melhor para elas seria ficar. Orfa escolhe o caminho fácil e mais garantido, se despede de Noemi e da história. Rute decide que vai. Mesmo que isso signifique não casar; mesmo que isso resulte em não mais voltar a Moabe, mesmo que isso implique em deixar sua família e amigos e casa. Pois ela aprendeu algo vital; ela aprendeu sobre Iavé, o Deus verdadeiro que resgata seu povo de seus pecados. Rute faz um pacto com Noemi de que se agarraria a ela. Numa das mais famosas passagens do AT ela jura: “não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te, porque, aonde quer que fores irei eu e, aonde quer que pousares ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada…” Rute 1:16
A fidelidade de Rute para com Noemi é bela, mas ela é acima de tudo fidelidade para com o Deus de Noemi. Rute não está simplesmente dizendo vou ficar contigo e cuidar de você até morreres; mesmo depois da morte de Noemi ela irá ficar com seu novo povo, ela irá habitar entre os hebreus, ela irá ser um deles pois agora ela conheceu esse novo Deus. É uma mudança de fidelidade do coração.
Rute chega em Belém e não quer saber de moleza; não fica reclamando da vida (como Noemi) ou se dizendo amarga e incapaz (como Noemi, de novo). Ela vai em frente, encara a colheita, trabalha de sol a sol, faz o que é necessário para o bem de sua família. A mulher piedosa não faz como Noemi, encostando-se a sua amargura e esperando que algo aconteça; a mulher piedosa como Rute age dentro dos parâmetros da lei de Deus e segue em confiança na sua providencia. Rute não tem muitas alternativas, mas ela pode colher espigas segundo a lei, e é o que ela faz, tornando frutífero o tempo e oportunidades que ela tem. A mulher piedosa não fica agindo como se a vida lhe devesse, como se Boaz lhe devesse, como se Deus lhe devesse; a mulher piedosa não fica apontando o dedo em riste para Deus dizendo “Eu deixei minha família e minha terra por ti e por Noemi, porque é que não me abençoas e tenho que ficar colhendo espigas?”. Não, ela sabe que é melhor colher espigas nos campos de Iavé do que se fartar nos campos de Moabe.
Na providência do Senhor, Rute eventualmente conhece um homem chamado Boaz, homem bom e piedoso que ama a Iavé e conhece sua Lei. Boaz a trata tão bem que ela se surpreende; como é que uma estrangeira pode ser tão bem tratada? Noemi percebe a oportunidade de ao mesmo tempo conseguir um marido para Rute e recuperar as terras de seu marido falecido.
Rute segue os conselhos de Noemi e escuta a orientação piedosa e sábia de Boaz; ela não tenta usufruir da situação, seduzir o homem, armar esquemas, fazer conchavos. Ela confia no Senhor e segue trabalhando, entendendo que cabe a ela fazer o que está a seu alcance e deixar que Deus cumpra o Seu plano.
Rute tem coragem de deixar claro para Boaz quais são suas intenções; ela não usa meias palavras, ela não usa de falsas estratégias; seu sim é sim, e seu não é não: “Sou Rute tua serva, estende a tua capa sobre tua serva, porque tu és resgatador”.
É importante entendermos melhor essa idéia do resgatador; Boaz era alguém que estava numa posição de cuidar de Noemi e de Rute, resgatando as terras que eram de Elimeleque. Isso envolveria nesse caso uma união matrimonial com Rute, trazendo descendentes para esta casa. Um outro homem ficou interessado na possibilidade até ficar sabendo que ia ter de casar com Rute; não gostou da idéia de ter de dividir suas posses com outra família nem de elevar o nome do morto. Passou a vez. Boaz estava menos preocupado com seu nome do que em fazer o bem e se interessou verdadeiramente por aquela mulher piedosa, trabalhadora, fiel e transparente.
O final da história é de encher o coração; Rute a moabita é agora parte do povo de Deus. Ela que nascera sem esperança humana de conhecer o Deus verdadeiro, por meio da maravilhosa teia da providência divina casou-se com um homem que a levou a conhecer Iavé. E o final do livro reserva surpresas! Rute se torna ancestral do próprio Rei Davi!
Aliás, o livro é colocado precisamente entre Juízes e 1 Samuel; um indicador de sua posição histórica; é o livro de conexão entre o complicado período dos Juízes e o tempo dos reis. E Rute é parte dessa conexão. Se isso já não fosse o suficiente, o evangelho de Mateus (1:5) mostra que Rute foi ancestral do próprio salvador, o Senhor Jesus Cristo!
Não importa a sua origem; o importante é a quem você está unida. Não importa se vens do paganismo, se nunca te ensinaram o evangelho quando criança – o importante é que se agarre ao seu resgatador Jesus Cristo que te faz parte da família de Deus. Faltava pão na casa de Pão (Belém), e Deus usou a estrangeira Rute para trazer a cabo o nascimento, naquela mesma cidade, do Pão da vida.
O Rev. Emilio Garofalo Neto
 Ministro presbiteriano e pastor da Igreja Presbiteriana Semear em Brasília-DF (http://www.ipsemear.org)

sábado, 12 de outubro de 2013

Minha Amiga Socinia

Haja Luz

A
miga Socinia, sinto no meu coração uma profunda tristeza por persistir em seu caminho, minha alma se inquieta em pensar que de alguma forma eu sou culpada por você ainda permanecer nesta rota. Na minha ignorância lhe indiquei uma porta, más não sabia como ela era larga, agora que sei ,temo, pois mesmo na Graça as palavras são eternas e no livro onde tudo foi escrito com sangue, permanece a frase, o temor a Deus é principio da sabedoria.
Amiga Socinia, um dia compartilhamos o mesmo ventre más me pergunto, será que compartilhamos hoje do mesmo sangue?!

Sei que baseada no seu descaminho, você me diria: 

Recupere sua paz, não se preocupe comigo, estou em uma nova consciência. Completamente livre de homens e nadando na graça, siga em paz o seu caminho e deixe-me!

Más lhe digo no tempo que se chama ,hoje, cabe a preocupação e uma certa falta de paz, pois na eternidade quando o presente for passado e o tempo como medida de dias já não existir, não pensarei mais neste assunto.

Amiga, porque você resolveu separar o escritor do seu escrito e com isso separou-nos também?! Não são palavras escritas a expressão da mente do autor? 

Mesmo um velho escritor ditando a um escriba seus pensamentos, podia ter certeza da fidelidade de seu servo, quando este, ao ler ao velho o fruto do trabalho dos dois, revela a fidelidade da narrativa. Se até um homem comum pode controlar a revelação de sua mente quanto mais Àquele que sonda mentes e corações, Aquele cuja palavra mal lhe saiu à boca e Ele já a conhece.

Porque você acha que é capaz de separar espírito, juntas e medula? Não seria a palavra de Deus apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Porque você deseja usurpar a função delegada a outro, como você pode saber que a parte que você resolveu crer, é a certa?! 
Como você sabe, seria uma forte impressão? Tal sentimento já não se mostrou enganoso.

Este deus no qual você diz ,crer, não foi capaz nem de guardar a revelação que Ele fez de si mesmo! Não seria sua convicção uma força a mais, entregue aos inimigos da fé no Deus cristão?

Socinia a escritura assim como a graça é um presente. Se o seu Deus é o meu Deus você a 
resguardará, e não só amará Aquele a quem ela revela se angustiará por todos que a menosprezam se importará com aqueles que não têm o Cristo revelado na historia do mundo e na escritura portanto, continuam pobres cegos e nus!

Ter a Chave está definitivamente ligado a crer nos Apóstolos em suas doutrinas e relatos, porque você se diz uma mulher de fé e renega a segundo plano aqueles que andaram com Ele, como Paulo e Tiago, poderia a mesma arvore dar frutos diferentes?

Aceitar o novo testamento por completo é matéria fundamental é confissão de fé. Crer em Deus, crer que Jesus é o Salvador é excelente más lembre-se, até os demônios o fazem! 

Agora crer que a escritura é verdadeira em tudo que afirma é impressionante e característica fundamental de um novo Gênesis da alma que se inicia com um ressonante haja luz e houve cruz!
Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo.


Até logo amiga espero que nós encontremos de novo sob uma mesma Luz, Deus a abençoe.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Árvore Inclina-se Más o Amor Verdadeiro, Não!

Existem pessoas que falam de amor, falam,falam do diferente, tudo é "tolerância"!
Más ao menor sinal de discordância, excluem! 
Então fica evidente sua intolerância a tudo que diverge. E ideias como "tire da sua vida tudo que te faz mal ou ainda eu deixei de me importar com o que pensam de mim" tomam corpo em atitudes. Se "todos" tem Deus dentro de si como afirmam "alguns", devemos, sim,  importar-nós com o quanto exibimos deste Deus, a menos que por conta de alguma confrontação tenhamos medo de "expor o verdadeiro deus interior", não é?!

 Um amigo de verdade um IRMÃO expressa o que analisa ser errado, adverte, exorta e então só então, cala. Ficando no aguardo, não esperando uma desgraça más esperando uma reanalise.

Um amigo leal é aquele que NÃO usa uma aparente indulgência em assuntos tidos de fundamental importância. A pós-modernidade tem reinventado até a amizade, más nada nem a amizade tem ficado melhor. Em uma carta de Calvino a Lélio Socino, Calvino escreve preocupado:


"Certamente não existe ninguém que tenha mais aversão ao paradoxo do que eu, e em sutilezas não encontro nenhum prazer. Contudo, nada poderia impedir-me de admitir abertamente o que tenho aprendido da Palavra de Deus; pois, nada além do que é proveitoso é ensinado na escola deste mestre. Ela é o meu único guia, e concordar com as suas evidentes doutrinas seria minha constante regra de sabedoria. O que você também, meu querido Lélio, poderia aprender regular a sua capacidade com a mesma moderação! Você não tem motivos para esperar de mim uma réplica do mesmo modo como você levou adiante aquelas monstruosas questões. Se você está satisfeito pela incerteza entre aquelas tênues especulações, permita-me, eu lhe suplico, um humilde servo de Cristo, para que medite sobre aqueles assuntos que tendem para a edificação da minha fé. E, de fato, eu daqui em diante seguirei minha sabedoria em silêncio, que você possa não ser aborrecido por mim. E, na verdade, estou muito preocupado com os finos talentos com os quais Deus tem concedido a você, que poderiam ser ocupados não somente com coisas que são vãs e infrutíferas, mas que correm o risco de também ser prejudicados por imaginações perniciosas. Advirto você de continuar, e seriamente preciso repetir, que a menos que você corrija a tempo esta sarna após uma investigação, ela deverá ser temida, pois você trará sobre si mais severo sofrimento. Eu seria cruel com você, se tratasse do assunto com uma aparência de indulgência, o que creio ser um verdadeiro erro. Preferiria, adequadamente, ofender-lhe um pouco no presente pela minha severidade, do que permiti-lo entregar-se incontrolado na cativante fascinação da curiosidade. O tempo virá, eu espero, quando você regozijará em ter sido tão violentamente admoestado. Adeus, irmão tão altamente estimado por mim; e se esta repreensão for mais áspera do que ela tem que ser, atribua-a ao meu amor por você."
Texto na integra http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/carta_joao_calvino_socino.htm

Palavras duras e impressionantes a profundidade de sua preocupação com  Lélio, sua vida sua crença o que ensinava seu futuro tudo lhe era caro! 
Quando foi a ultima vez em que você parou seus pensamentos sobre você?! Parar e pensar sobre o outro, não como o outro te afeta! Só fazer uma reflexão profunda sobre um amigo, eu nem digo o próximo (qualquer um que precise de você) pois tal atitude implica em uma verdadeira autoanalise de que não existe só a sua necessidade no mundo!

Não existe maior DESAMOR do que o "amor" indiferente, o egocentrismo tem levado as pessoas a crerem que qualquer discordância é um ataque pessoal ou intromissão. O hedonismo (culto ao sentir-se bem) tem estragado tanto as pessoas que tornou-se intolerável ser realmente observado quando mais, advertido! Ninguém quer ser realmente conhecido porque só um Amigo Verdadeiro pode tolerar o que somos de perto e eles são raros!

O fugaz tomou o lugar do permanente e relacionamentos rápidos sem profundidade torna-se fruto da fuga.

Ser incomodado é o primeiro passo pra sentir-se bem! Precisamos constantemente realinharmos-nos ao modelo do Amigo Mais Chegado que Um Irmão, imutável, onde não encontramos a menor sombra de variação! 

Somos como uma jovem árvore que inclina ao sabor do vento, precisamos que nosso tronco seja cuidado, alinhado, ajustado e reajustado ao Firme Fundamento! 

Seria tão bom ter muitos amigos num relacionamento verdadeiro  mesmo que em diferentes fases onde as vezes cuidamos e as vezes somos cuidados, más como já foi escrito e cantado: 


Será que temos esse tempo 
Pra perder ?
E quem quer saber ?
A vida é tão rara
Tão rara..
.



Dani Lima

                                                                                                          
Fontes
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/carta_joao_calvino_socino.htm